POLÍTICA AFIRMATIVA DE SAÚDE INDÍGENA: APRENDIZADO PELO PROCESSO EXPERIENCIAL

Autores/as

  • Augusto César Alves de Oliveira UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL
  • Jenyffer Emile de Oliveira Bomfim UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL
  • Lucas Daniel Souza de Vasconcelos UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL
  • Ana Raquel de Carvalho Mourão UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL
  • Sandra Adriana Zimpel UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL
  • Ranilde Cristiane Cavalcante Costa UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL
  • Danielly Santos dos Anjos Cardoso UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL
  • Sandra Bomfim de Queiroz UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL

Resumen

Introdução: O aprendizado significativo, pautado na interdisciplinaridade para as competências, com base na teoria curricular pós-crítica, traz a concepção experiencial de formação. O processo se configura numa experiência profunda e ampliada do ser humano, que aprende interativamente, de forma significativa, imerso numa cultura, numa sociedade. A formação passa necessariamente pela experiência, que traz em si a alteridade. Nesta perspectiva, a inserção das políticas afirmativas de saúde, como a Política Nacional de Saúde Indígena (PNSI), na formação curricular, permite uma reflexão crítica da condição de superação de valores racistas. Valores oriundos de diversos espaços formativos, como família, igreja e escola, em relação aos segmentos populacionais historicamente alijados de direitos humanos básicos por parte do Estado e da sociedade. Descrição: O trabalho relata a experiência vivenciada no módulo de Ética, Alteridade e Diversidade no Cuidado em Saúde do Eixo Integrador de Processo de Trabalho com alunos dos cursos de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional de uma universidade pública do nordeste, composta por três momentos: 1) aporte teórico; 2) imersão de campo; e 3) seminário. O aporte teórico foi trabalhado ao longo do semestre, a partir da desconstrução de imaginários estereotipados na experiência anterior de cada aluno. A imersão de campo foi realizada na Aldeia Mata da Cafurna da etnia indígena Xucuru Kariri, localizada em Palmeira dos Índios (Alagoas), onde alunos puderam interagir de forma significativa com os moradores, por meio de rodas de conversa, pinturas corporais, observação de artesanatos, e participando com a comunidade do Toré, que é uma dança típica indígena. Na roda de conversa houve uma apresentação mútua dos atores parceiros envolvidos (índios, alunos, docentes e representantes governamentais parceiros da universidade), seguidas de conversas sobre o diálogo entre os índios e profissionais de saúde na comunidade, as formas tradicionais de cuidado, aspectos da cultura, conflitos de terras, conquistas e demandas da população. Posteriormente, foi realizado um seminário sobre a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, onde foi contextualizada historicamente e enriquecida a partir da experiência dos profissionais da Divisão de Assistência à Saúde Indígena (DIASI) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), proporcionando o debate e troca de saberes entre os participantes. Impactos: A possibilidade de vivenciar o processo formativo relatado impactou profundamente os autores sociais envolvidos, por proporcionar uma autorreflexão crítica quanto à impossibilidade de atingir os objetivos formativos na área das políticas afirmativas, sem o processo experiencial. Considerações: A formação em processo experiencial foi significativa para todos os envolvidos, ressaltando os relatos dos alunos pela importância formativa das experiências, considerando ainda o ineditismo da prática educativa vivenciada, posto que é a única instituição de ensino superior do Estado que tem em seus cursos da área de saúde esta experiência inserida em suas matrizes curriculares de forma integrada.