EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL NAS GRADUAÇÕES DA SAÚDE EM GERONTOLOGIA

Autores

  • Amanda Teixeira Fraga UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
  • Angela Peña Ghisleni UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Resumo

Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Educação Interprofissional (EIP) ocorre quando estudantes ou profissionais de diversos cursos aprendem sobre os outros, com os outros e entre si, corroborando assim com a qualidade da atenção à saúde. A atuação interprofissional, além de reduzir custos, melhora a produção do cuidado aos usuários. Se nas residências multiprofissionais a interprofissionalidade já é um resultado promissor para a formação da força de trabalho em saúde, nas graduações ainda há um caminho a ser trilhado, visto que a cultura da uniprofissionalidade é uma realidade no Brasil. A OMS, além de recomendar a EIP, também estimula que haja maior ênfase na formação de profissionais da saúde voltados para a gerontologia. Essa recomendação se deve em decorrência da elevação das taxas do envelhecimento populacional mundial nos últimos tempos, inclusive no Brasil, e pela necessidade de um olhar mais amplo pelas demandas dessa fase da vida. Sendo assim, o objetivo deste relato é descrever a experiência e os impactos do Projeto de Extensão Educação Interprofissional de Graduandos na Área da Saúde da UFRGS através da Avaliação Funcional de Idosos" na sua terceira edição. Descrição: Alunos e professores dos cursos Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Fonoaudiologia, Nutrição, Educação Física e Enfermagem da UFRGS se reúnem semanalmente para discutir as interfaces e conexões das profissões na gerontologia. O caminho de aprendizado da equipe foi a elaboração de um instrumento de avaliação multidimensional da pessoa idosa e na sequência estamos indo a campo para realizar avaliações de idosos em diferentes contextos - no ambulatório e na internação hospitalar, em unidade básica de saúde (com visitas domiciliares) e na própria Universidade. Para cada caso avaliado é elaborado um relatório dos achados clínico-funcionais e entregue à equipe ou profissional que assiste o idoso. Posteriormente os casos são discutidos pelos membros do projeto de forma que seja possível compreender as interfaces profissionais dos processos de disfunção do usuário e possíveis encaminhamentos que a rede de saúde teria condições de abarcar. Impactos: Esse projeto de extensão tem se mostrado fundamental para repensar o formato uniprofissional de ensino das graduações em saúde. A desconstrução de estereótipos e crenças sobre as profissões é um dos primeiros resultados da interação entre os alunos e professores dos diferentes cursos. O sentimento de ser mais efetiva e resolutiva a intervenção a partir da construção coletiva leva os participantes a acreditar no impacto positivo no Sistema Único de Saúde, caso tivéssemos uma diversidade maior de profissionais na atenção básica, por exemplo. Ao conviver com alunos e professores de diferentes profissões é possível perceber como cada área se encaixa e se complementa perfeitamente, não permitindo lacunas na avaliação de um paciente idoso. Considerações: Esse projeto de extensão, que tem por objetivo despertar nos alunos de diferentes cursos da saúde a importância da interprofissionalidade, tem despertado também a motivação pela ampliação do projeto para além da extensão. Faz-se necessário construir espaços obrigatórios nas graduações em saúde para a educação interprofissional, bem como formar profissionais com olhar acurado para a gerontologia.