SINAIS PRODRÔMICOS NA DOENCA DE PARKINSON: PREVALÊNCIA DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

Autores

  • Mariângela Braga Pereira Nielsen ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Ydléia Félix dos Santos ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Elga Gering ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Janaina Patrocínio de Souza e Lucas Santana ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM

Resumo

Introdução: Doença de Parkinson (DP), afecção degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central, definida por critérios clínicos e anatomopatológicos, que decorre da morte dos neurônios produtores de dopamina da substância negra. Essa alteração é caracterizada por distúrbios motores, disfunções posturais e cognitivas. Quando os sinais e sintomas são detectados, provavelmente já ocorreu a perda de aproximadamente 60% dos neurônios dopaminérgicos e o conteúdo de dopamina no estriado é cerca de 80% inferior ao normal. A alfa-sinucleínafosforilada é generalizada em toda medula espinhal e sistema nervoso periférico de indivíduos com DP. A presença de agregados proteicos intracitoplasmáticos chamados de Corpos de Lewy, sendo seu principal componente a proteína alfa-sinucleína, é principal característica patológica da DP. É sabido que o aparelho digestivo é afetado bem precocemente, muito antes do surgimento dos sintomas motores. Um dos primeiros sintomas da doença pode ser intestino lento e constipado. Há uma forte evidência de que a doença de Parkinson começa no trato gastrointestinal e espalha-se através do nervo vago para o cérebro. Desse modo, o presente estudo teve como objetivo verificar a relação entre a Doença de Parkinson e Alterações Gastrointestinais. Objetivo: Verificar a relação entre a Doença de Parkinson e Alterações Gastrointestinais; Verificar a pré-existência de problemas gastrointestinais nos pacientes com doença de Parkinson da Clínica Escola de Fisioterapia da Escola Superior De Ciências Da Saúde da Santa Casa de Misericórdia de Vitória ES, EMESCAM. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa aplicada, explicativa e quantitativa com coleta de dados transversal, realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da EMESCAM, no período de julho de 2016 a maio de 2017, em uma amostra de conveniência constituída por 21 pacientes com diagnóstico de doença de Parkinson, ambos os sexos, e que concordaram e assinaram o Termo de consentimento livre e esclarecido. Os indivíduos que se encaixaram nos critérios de inclusão foram submetidos à aplicação de questionário mediante entrevista com as seguintes variáveis: idade, raça, profissão/ocupação, sexo e pré-existência de doenças gastrointestinal como: queimação no estômago; refluxo, náusea e vômito, desconforto abdominal, constipação intestinal, flatulência. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética (CEP) da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM), sob o número do parecer 1633623. Resultados: Dos 21 entrevistados, 17(80,95%), apresentaram algum tipo de alteração gastrointestinal, sendo que 9 (42,9%) relataram constipação intestinal, 9 (42,9%) apresentaram esforço ou dificuldade ao evacuar, 6 (28,6%) tiveram sensação de evacuação incompleta, 6 (28,6%) mencionaram episódios de diarreia. Assim como Svesson et al. 2015, em seu trabalho, demonstrou que a doença de Parkinson pode ter o seu início através do trato gastrointestinal em nosso estudo foi demonstrado, também, que os pacientes apresentaram sintomas gastrointestinais antes dos primeiros sintomas motores e anos antes de iniciarem o tratamento medicamentoso para DP. Conclusão: Conclui-se, com este estudo, que é frequente a presença dos sinais prodrômicos da doença de Parkinson em especial a constipação intestinal. A maioria dos pacientes estudados apresentavam algum sintoma gastrointestinal antes do aparecimento dos comprometimentos motores.