PERCEPÇÕES DE CRIANÇAS DE 8 E 9 ANOS SOBRE TABAGISMO

Autores

  • Talita Abi Rios Universidade Federal de Mato Groso do Sul
  • Arthur de Almeida Medeiros Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Mara Lisiane de Moraes dos Santos Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.18310/2358-8306.v1n1p43

Palavras-chave:

Tabaco. Hábito de fumar. Criança. Pesquisa qualitativa

Resumo

O tabagismo é um dos maiores causadores de mortes evitáveis no mundo. O público jovem é mais vulnerável e propenso a fumar, por motivos como curiosidade, autoafirmação e identidade social, porém o entendimento das crianças sobre o tema é pouco explorado. O objetivo do estudo foi conhecer a percepção de crianças do ensino fundamental sobre os fumantes, o ato de fumar e sua visão sobre saúde e tabagismo. Foi realizado um estudo qualitativo, por meio de entrevista semiestruturada, e os resultados foram analisados por meio do Discurso do Sujeito Coletivo, junto a crianças de 8-9 anos de escolas públicas. Foram entrevistadas 38 crianças, 42,1% residiam com fumantes, destes 52,7% eram do sexo masculino. Não houve diferença entre os discursos das crianças que conviviam com fumantes e os que não habitavam com fumantes. Entre as percepções sobre os fumantes, houve aspecto de negatividade sobre eles com associação aos malefícios à saúde e ao vício; sobre como deve ser o ato de fumar, as crianças se referiram à morte, ao vício e à falta de ar; e as percepções sobre saúde foram relativas a doenças de coração e pulmão. As percepções sobre tabagismo apresentadas pelas crianças foram negativas e relacionadas a doenças e vício, possivelmente baseadas em experiências e observadas no cotidiano. As menções negativas sobre o tabagismo nesta faixa etária devem ser exploradas como um potencial para evitar ou postergar a iniciação ao hábito tabágico.

Referências

¹ World Health Organization – WHO. Who report on the global tobacco epidemic, 2011. Warning about the dangers of tobacco. Geneva; 2011.

² Organización Mundial de la Salud – OMS. Informe OMS sobre la epidemia mundial de tabaquismo, 2009. Crear ambientes libres de humo. Suiça; 2009.

³ Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. VIGITEL BRASIL 2011 – Saúde suplementar. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Série G. Estatística e Informação em Saúde. Rio de Janeiro (RJ); 2012.

Lefèvre AMC, Pereira IMB, Oliveira NGS, Lefèvre F, Stewien GTM, Mirra AP, Simioni APC. Pais fumantes: o que pensam seus filhos?. Revista Brasileira Crescimento e Desenvolvimento Humano 2006; 16(2):53-68.

Tyas SL, Pederson LL. Psychosocial factors related to adolescent smoking: a critical review of the literature. Tobacco Control, Atlanta (USA) 1998; 7:409-420.

Australian. Australian Government Department of health and ageing. Youth tobacco prevention literature review. Australian: June; 2005.

Spink MJ. Ser fumante em um mundo antitabaco: reflexões sobre o riscos e exclusão social. Saúde e Sociedade 2010; vol. 19, n. 3, pp. 481-496.

Hampson SE, Andrews JA, Barckley M. Predictors of the development of elementary-school children’s intentions to smoke cigarettes: hostility, prototypes, and subjective norms. Nicotine Tob Res 2007 July 9;(7):751-760.

Milton B, Cook PA, Dugdill L, Porcellato L, Springett J, Woods SE. Why do primary school children smoke? A longitudinal analysis of predictors of smoking uptake during pre-adolescence. Public Heatlh 2004; 118, 246-255.

Milton B, Woods SE, Dugdill L, Porcellato L, Springett J. Starting young? Children’s experiences of trying smoking during pre-adolescence. Health Education Research 2008; Vol. 23, nº2, 298-309.

Araujo AJ. Tabagismo na adolescência: Por que os jovens ainda fumam? Jornal Brasileiro de Pneumologia 2010; 36(6):671-673.

Sant’anna CC, Araújo AJ, Orfaliais CS. Diretrizes para cessação do tabagismo. Abordagem de grupos especiais: crianças e adolescentes. Jornal Brasileiro de Pneumologia 2004; 30 (supl 2), cap 8.1; 47:54.

Schuck K, Otten R, Engels RCME, Kleinjan M. The role of environmental smoking in smoking-related cognitions and susceptibility to smoking in never-smoking 9-12 years-old children. Addictive Behaviors 2012; 37:1400-1405.

Backinger CL, McDonald P, Ossip-Klein DJ, Colby SM, Maule CO; Fagan P; Husten C, Colwell B. Improving the future of youth smoking cessation. American Journal of Health Behavior 2003; 27(2):170-184.

Porcellato L, Dugdill L, Springett J, Sanderson FH. Primary schoolchildren’s perceptions of smoking: implications for health education. Health Euducation Research – Theory and Practice 1999; Vol.14 no.1, pages 71-83.

Woods SE, Springett J, Porcellato L, Dugdill L. ‘Stop it, it’s bad for you and me”: experiences of and views on passive smoking among primary-school children in Liverpool. Health Education Research Theory and Practice 2005; Vol.20, no.6, pages 645-655.

Milton BS, Dugdill L, Porcellato LA, Springett J. ‘My mum and dad said it calms you down’: Children’s perceptions of smoking as a coping strategy. Children & Society 2012; Vol.26, pp. 89-99.

Bak J, Piko B. Smoke-free world for children’s welfare: Perceptions of smoking in preadolescence. Children and Youth Services Review 2007; 29:283-293.

Song AV, Morrell HER, Cornell JL, Ramos ME, Biehl M; Kropp R, Halpern-Felsher B. Perceptions of smoking-related risks and benefits as predictors of adolescent smoking initiation. American Journal of Public Health 2009 March; Vol.99, no.3, pp.487-492.

Andrews JA, Hampson S, Greenwald AG, Gordon J, Widdop C. Using the implicit association test to assess children’s implicit attitudes toward smoking. J Appl Soc Physicol 2010; 40(9): 2387-2406.

Sabiston CM, Lovato CY, Ahmed R, Pullman AW, Hadd V, Campbell HS, Nykiforuk C, Brown KS. School smoking policy characteristics and individual perceptions of the school tobacco context: are they linked to students smoking status? J Youth Adolescent 2009; 38:1374-1387.

De Vitta A, Silva DT, De Vita FCF, De Conti MH, Vieira LM, Marta SN, et al. Conhecimentos sobre tabagismo em escolares. Journal of Human Growth and Development 2013;23(1):18-23.

Minayo MC (org). Pesquisa social – Teoria, Método e Criatividade. Rio de Janeiro: Vozes; 1998. p 80.

Lefèvre F, Lefèvre AMC, Teixeira JJV, orgs. O discurso do sujeito coletivo: uma nova abordagem metodológica em pesquisa qualitativa. Caxias do Sul: EDUCS; 2000. p. 138.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Básica, nº 24. Saúde na Escola. Brasília: 2009.

Brasil. Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: 1990.

Brasil. Lei Nº 10.702, de 13 de julho de 2004. Dispõe sobre as restrições ao uso ou à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas. Brasília: 2003.

Lovato C, Watts A, Brown S, Lee D, Sabiston C, Nykiforuk C, et al. School and community predictors of smoking: a longitudinal study of Canadian high schools. American Journal of Public Health. February 2013; Vol.103, No.2.

World Health Organization – WHO. Who report on the global tobacco epidemic, 2013. Enforcing bans on tobacco adversing, promotion and sponsorship. Luxemburgo; 2013.

Ling PM, Glantz SA. Tobacco industry research on smoking cessation. Journal of General Internal Medicine 2004 May; Vol.19, Part. 1.

Downloads

Publicado

16-08-2014