HÁBITOS DE VIDA E HISTÓRIA CLÍNICA DE IDOSOS QUE AUTOAVALIAM NEGATIVAMENTE SUA SAÚDE

Autores

  • Alessandra Miranda Ferres ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA
  • Isabelle Gadiolli Verzola ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA
  • Maria Carolina Pereira e Silva ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA
  • Bruna Zanchetta de Queiroz ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA
  • Luciana Carrupt Machado Sogame ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA
  • Gracielle Pampolim ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA

Resumo

Introdução: O envelhecimento populacional é um processo crescente mundialmente, que resulta em diversas alterações de caráter fisiológico e/ou patológico, culminando por sua vez no estado de saúde geral. Assim sendo, o estado de saúde pode ser caracterizado de diversas formas, sendo elas de modo objetivo e subjetivo, no qual subjetivamente é realizado através da autoavaliação de saúde, a qual é considerada um indicador válido de morbidade e qualidade de vida e um bom preditor de mortalidade. A autoavaliação de saúde pode sofrer grande influência acerca dos hábitos de vida e do histórico clínico, contribuindo para a negatividade ou positividade desta percepção. Objetivo: Descrever os hábitos de vida e as características clínicas de idosos de uma comunidade de Vitória-ES que autoavaliam sua saúde de forma negativa. Metodologia: Procedeu-se de um estudo quantitativo do tipo transversal com idosos assistidos por uma Unidade de Saúde da Família de Vitória. Foi selecionada uma amostra probabilística aleatória composta por 204 idosos, sendo estes submetidos a uma entrevista semiestruturada e avaliações de saúde, entre abril e junho 2018. Foram coletadas variáveis para caracterização do perfil (doenças, multimorbidades, quedas, internação hospitalar, se fuma, se bebe, se realiza atividade física, se realiza atividade de lazer, e polifarmácia); e a auto percepção de saúde foi avaliada através do questionamento "Como o sr. (a) classificaria sua saúde?", que dividiu os idosos em dois grupos: aqueles que identificaram sua saúde como ótima, boa - autoavaliação positiva de saúde e aqueles que identificaram como razoável, ruim ou péssima - autoavaliação razoável/negativa de saúde. A análise dos dados deu-se de forma descritiva com medidas de resumo de dados como frequências, médias e desvio padrão. Resultado: Dos idosos entrevistados, 95 idosos (46,6%) autoavaliaram sua saúde de forma razoável/negativa, sendo estes em sua maioria portadores de doenças (91,6%), com multimorbidades (68,4%), com histórico de quedas (61,1%) e de internação hospitalar nos últimos seis meses (65,3%), não eram fumantes (85,3%), não eram etilistas (80%), não praticavam atividades físicas (72,6%), realizavam alguma atividade de lazer (60%) e não apresentavam polifarmácia (51,6%). Conclusão: Foi observado que a maior parte da população que autorrelatou a saúde como negativa não possuía vícios como etilismo ou tabagismo, porém também não praticavam atividades físicas, e possuíam doenças e multimorbidades. Estas, por sua vez, podem culminar em uma maior dependência funcional e, consequentemente, piores condições de saúde, levando a um declínio da qualidade de vida. Tal fato contribui para que estes idosos sejam menos positivos quanto a saúde, que, associada a falta de atividade física, reduz ainda mais a participação social, corroborando em um prejuízo do estado da saúde física e mental. Assim sendo, é de suma importância o reconhecimento dos hábitos de vida e história clínica, bem como o meio social e ambiental ao qual o indivíduo esta inserido a fim de entender o processo de autoavaliação do idoso em relação à saúde.

Publicado

26-09-2019