A IMPORTÂNCIA DA RESIDÊNCIA EM FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

Autores

  • Ingrid Schmidt Gonçalves ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO RIO GRANDE DO SUL
  • Thaís Botelho da Silva ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO RIO GRANDE DO SUL
  • José Cláudio Santos Araujo ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO RIO GRANDE DO SUL

Resumo

Introdução: O fisioterapeuta deixou de ser centrado no curativismo e vem ganhando importância na prevenção e promoção em saúde, corroborando com uma das diretrizes do SUS que é a integralidade do cuidado. Muitas patologias apresentadas pelos usuários que acessam a Atenção Primária em Saúde (APS) são crônicas e necessitam ser encaminhadas para atenção secundária devido ao fato do fisioterapeuta não fazer parte da equipe mínima. Isso acarreta aumento dos gastos públicos e despesas com o transporte por parte do usuário, que nem sempre dispõe desses recursos. A presença da residência multiprofissional nas Estratégias de Saúde da Família (ESF) desempenha papel importante na diminuição da demanda da atenção secundária, pois o fisioterapeuta é capaz de melhorar a dinâmica e o fluxo de atendimentos, e mediante sua atuação ativa proporciona a otimização dos processos. Além disso, por meio de ações educativas e da relação profissional-usuário, torna-se possível a modificação de hábitos diários da população e, consequentemente maior resolutividade da APS. Objetivo: Correlacionar o número de encaminhamentos dos usuários da APS para a atenção secundária com o número de consultas realizadas pela residente de fisioterapia na ESF Esmeralda, em Porto Alegre. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal no qual foram gerados relatórios das consultas encaminhadas através dos sistemas GERSON E SISREG. Foram avaliados os encaminhamentos realizados nos meses de abril, maio e junho de 2019, com a presença da residente de fisioterapia na unidade, e os efetuados no mesmo período em 2018, sem presença da residente. Resultado: Os usuários que acessaram a unidade neste período no ano de 2018 eram encaminhados diretamente para a atenção secundária de fisioterapia, gerando um total de 61 encaminhamentos (20 em abril, 21 em maio e 20 em junho). No mesmo período de 2019 os usuários passavam por consulta de avaliação com a residente de fisioterapia na unidade e eram verificadas as possibilidades de tratamento na própria unidade de saúde, como participação em grupos, atendimentos individuais com a prática de exercícios de força, alongamentos, orientações, entre outras. Os encaminhamentos para a atenção secundária caíram para o total de 40 (-34%), sendo 18 em abril, 20 em maio e 2 em junho. Isso deve-se ao fato da realização de 20 atendimentos pela residente de fisioterapia na unidade, sendo 04 em abril, 06 em maio e 10 em junho, com o encaminhamento de apenas 3 destes 20 pacientes para a atenção secundária. Conclusão: A atenção de média complexidade em fisioterapia mostra-se um problema no SUS relacionados à baixa resolutividade, na maioria das vezes, dos casos crônicos e na relação do número de vagas ofertadas para o número de usuários encaminhados. Diminuir o número de encaminhamentos torna-se, portanto, uma das opções para esse problema, porém o paciente necessita de assistência adequada, evidenciando-se, dessa forma, a importância do profissional de fisioterapia na APS. Além disso, com a presença do fisioterapeuta há um incremento na resolutividade da APS ao atuar na prevenção de agravos e na promoção à saúde, como também gera diminuição das demandas futuras de atendimentos.

Publicado

26-09-2019