SAÚDE, CIDADANIA E MOBILIZAÇÃO SOCIAL: EXPERIÊNCIA DO PET-SAÚDE EM NATAL/RN
Resumo
INTRODUÇÃO: De acordo com a Lei nº 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde), a saúde em seu contexto multifatorial está sujeita a determinantes e condicionantes tais como: a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. É, pois, um direito social de relevância pública e objetiva reduzir riscos de doenças e seus agravos, sendo o Estado o principal provedor de saúde. Assim, é necessária a articulação de políticas intra e intersetoriais para que o papel do Estado de provedor de saúde seja concretizado. Entretanto, a sociedade também apresenta papel ativo na formulação de um novo ideário com a criação dos Conselhos de Saúde. Foi com base na perspectiva de inserção social que alunos e monitores da disciplina Saúde e Cidadania da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, articulados com profissionais de uma Unidade de Saúde da Família, equipamentos sociais, líderes comunitários e comerciantes, conquistaram um espaço de credibilidade para atuarem em defesa da saúde e da cidadania, através da mobilização social desses atores em torno de problemas vivenciados pela população de um bairro da zona oeste de Natal/RN, consoante aos preceitos do Pacto em Defesa do SUS, que tem como ações estratégicas o estabelecimento do diálogo com a comunidade, para ampliar e fortalecer os movimentos sociais, articular e apoiar a mobilização social pela promoção e desenvolvimento da cidadania, abordando a saúde como um direito. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A mobilização teve como objeto de intervenção a temática da violência urbana, tema este definido como prioridade de reivindicação da população a partir da utilização da pedagogia problematizadora, com amplos espaços de discussão. Moradores, trabalhadores e estudantes do bairro se colocam como protagonistas e reivindicam direitos legítimos, através da concretização de uma caminhada intitulada -Sou da paz, sou do bem-, que os levou às ruas, imbuídos pelo interesse em dar visibilidade ao poder público da violência no bairro, na tentativa de superar os fatos que envolvem e agravam as diversas formas de manifestação da violência urbana, mediante o baixo investimento do Estado em questões primordiais, tais como: educação, combate às drogas e ampliação da segurança pública. IMPACTOS: O evento chamou atenção da mídia local, contou com o apoio da Polícia Militar, do Programa Educacional de Resistência às Drogas, do Conselho de Segurança do Bairro e expressou a força de mobilização e capacidade de articulação dos cidadãos em torno de interesses coletivos, sendo a violência a materialização de diversos outros problemas que assolam a vida das populações em nossos centros urbanos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Tal iniciativa demonstrou que desenvolver ações em saúde requer uma leitura ampla da realidade vivenciada pela população usuária das unidades de saúde com a qual o profissional se vincula, devendo este ser sensível aos problemas que extrapolam o âmbito das competências profissionais dentro das unidades, tornando possível ampliar os espaços de saúde e cidadania aos usuários do SUS.Edição
Seção
Relatos de Experiência - Eixo IV Participação e Controle Social
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