RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PÓS-GRADUANDOS EM NEUROFUNCIONAL NO ACOMPANHAMENTO DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA BEXIGA NEUROGÊNICA EM PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON

Autores

  • Lilian Lira Lisboa INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIAS EDMOND E LILY SAFRA
  • Girlaine Gomes de Melo INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIAS EDMOND E LILY SAFRA
  • Keven Anderson de Oliveira Araújo INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIAS EDMOND E LILY SAFRA
  • Valéria Azevedo de Almeida INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIAS EDMOND E LILY SAFRA
  • Maria Aneilma Ribeiro de Azevedo INSTITUTO INTERNACIONAL DE NEUROCIÊNCIAS EDMOND E LILY SAFRA

Resumo

Introdução: Embora a doença de Parkinson (DP) seja frequentemente caracterizada por sintomas motores, os sintomas não motores, incluindo sintomas urinários, correlacionam com o bem-estar prejudicado à medida que a doença progride. Sintomas do trato urinário inferior ocorrem em 7% a 70% dos pacientes durante o curso da doença. Sintomas de bexiga hiperativa (BH), incluindo urgência, frequência e noctúria, com ou sem incontinência urinária de urgência, são os sintomas urinários mais comum da DP. Atualmente o tratamento da BH baseia-se numa combinação de recursos farmacológicos e não farmacológicos. Os tratamentos não farmacológicos tem passado de coadjuvantes a tratamentos principais, entre eles a neuromodulação não invasiva que tem sido proposta por ser capaz de modular os componentes excitatórios e inibitórios do controle da bexiga, apresentando resultados satisfatório nas disfunções do trato urinário. Descrição: Foi vivenciado a intervenção fisioterapêutica em pacientes com DP que apresentavam Bexiga Neurogênica (BN) e Intestino neurogênico (IN). Foi realizado a terapia comportamental (TC) seguido de neuromodulação parasacral. A TC compreende-se na análise, alteração da relação do sintoma do paciente e seu ambiente para modificação de maus hábitos miccionais e evacuatórios. A terapêutica envolve educação do paciente em relação ao hábito urinário, reeducação vesical, estratégias para o controle do desejo miccional, posicionamento e treino evacuatório, orientações para dieta e ingestão hídrica. A intervenção foi feita por fisioterapeutas, duas vezes por semana, no período de abril à julho de 2019. A terapia foi proposta a partir da observação de que a disfunção vesical e intestinal é comum nos pacientes com a doença e podem aumentar a chance de comprometimento do trato urinário superior, qualidade de vida e independência funcional desses indivíduos, interferindo, de forma negativa na vida diária, sendo comum a privação da participação social por medo de perda de urina em ambientes públicos, como também queixa de mal estar decorrente da constipação funcional. A TC e a neuromodulação, proporcionaram melhora significativa do quadro clínico dos pacientes submetidos ao tratamento de BN e IN, houve o aumento do intervalo entre as micção e melhora no quadro da constipação, proporcionando aos pacientes melhor qualidade de sono, participação social e melhora no bem estar. Impactos: O acompanhamento da intervenção permitiu aos pós-graduandos refletir sobre importância do tratamento da BN e do IN nos pacientes com Parkinson, contribuindo para aquisição de conhecimentos técnico-científicos pertinentes ao tratamento, colaborando para o desenvolvimento de habilidades, e direcionamentos de raciocínio clínico. Considerações: A vivência oportunizou uma aproximação dos pós-graduandos no manejo da BN e do IN, possibilitando expandir seus conhecimentos sobre as possibilidades de intervenção fisioterapêutica na DP, contribuindo para qualificação em saúde e melhora a qualidade de vida dos indivíduos envolvidas nesse processo. É válido salientar que ampliação das áreas de atuação da fisioterapia, possibilita uma visão mais global de saúde, dando enfoque não só para a reabilitação, mas promoção e na educação em saúde, além disso o tratamento adequado é fundamental para minimizar as seqüelas, sobretudo para lesão renal e melhorar a qualidade de vida de pacientes e seus familiares.