Grupo Intercultural: uma proposta para ressignificar os impactos da crise migratória na saúde mental de imigrantes e brasileiros em Roraima

Autores

  • Tayana Sabino de Oliveira Universidade do Estado do Pará e AVM Faculdades Integradas
  • Danielle dos Santos Bergmann Universidade Federal de Roraima
  • Gabriela Pereira Melo Universidade do Estado do Pará
  • Jéssica Bruna Beserra Lima Faculdade Estácio Atual da Amazônia
  • Julienne Cathyana dos Santos Silva Universidade do Sul de Santa Catarina Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio Libanês
  • Renata Norat Souto Maior Nogueira Universidade da Amazônia Escola Superior da Amazônia Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2019v5n2p343-351

Resumo

Uma crise migratória como a que vem ocorrendo na Venezuela e afetando o Brasil causa diversos impactos tanto na população imigrante quanto na população de destino do fluxo migratório. Tais impactos impõem uma necessidade de adaptação e resiliência de pessoas que se veem obrigadas a compartilhar seu cotidiano nos mais diversos contextos. O presente trabalho objetiva relatar parte da experiência vivenciada na coordenação do Grupo Intercultural realizado em um Centro de Atenção Psicossocial de Boa Vista - RR. Os principais resultados observados entre os integrantes do grupo são: a valorização das ocupações e aspectos culturais dos povos e a percepção de que a crise pode trazer aprendizado e novos significados e formas de se comunicar com o outro. As oficinas terapêuticas são procedimentos fundamentais na saúde mental, pois são um instrumento essencial para estimular a reflexão, resignificação e a promoção dos vínculos interpessoais entre sujeitos que aparentemente viviam em contextos muito diferentes, mas que compartilham o sofrimento psíquico e a perda de sua autonomia e encontram na clínica intercultural a possibilidade de transformar sua interação com a sociedade. A equipe interdisciplinar em saúde mental tem muito a contribuir na atenção para pessoas que além de se encontrarem em processo de intenso sofrimento emocional, precisam lidar com transformações sociais e culturais céleres e permeadas de perdas significativas. É um processo recente, desafiador, mas com potencial de promoção de novas perspectivas para os profissionais de saúde e o público atendido.Palavras-chaves: imigração; saúde mental; cultura.

Biografia do Autor

Tayana Sabino de Oliveira, Universidade do Estado do Pará e AVM Faculdades Integradas

Terapeuta Ocupacional, graduada pela Universisdade do Estado do Pará, especialista em Saúde do Idoso e Gerontologia pela AVM Faculdades Integradas. Servidora pública efetiva da Prefeituta Municipal de Boa Vista, atuando em Centro de Atenção Psicossocial e servidora pública efeita do Governo do Estado de Roraima, atuando em Centro de Referência do Idoso.

Julienne Cathyana dos Santos Silva, Universidade do Sul de Santa Catarina Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio Libanês

Psicóloga, graduada pela Universidade do Sul de Santa Catarina, especialista em Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio Libanês

Renata Norat Souto Maior Nogueira, Universidade da Amazônia Escola Superior da Amazônia Universidade Federal do Pará

Psicóloga, graduada pela Universidade da Aazônia, especialista em Psicologia da Saúde e Hospitalar pela Escola Superior da Amazônia e especialista em Saúde do Idoso pela Universidade Federal do Pará.

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Publicado

2020-01-14

Como Citar

Oliveira, T. S. de, Bergmann, D. dos S., Melo, G. P., Lima, J. B. B., Silva, J. C. dos S., & Nogueira, R. N. S. M. (2020). Grupo Intercultural: uma proposta para ressignificar os impactos da crise migratória na saúde mental de imigrantes e brasileiros em Roraima. aúde m edes, 5(2), 343–351. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2019v5n2p343-351

Edição

Seção

Sessão Especial - Cuidado sem Fronteiras - Relatos de Experiência