Consultório de enfermagem no Centro POP: uma experiência inovadora em parceria com o Consultório na Rua

Nursing office at the Centro POP: an innovative experience in partnership with the Office on the Street

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2023v9n1.3709

Resumo

A População em Situação de Rua (PSR) é um grupo social marginalizado e discriminado, que tem pouco acesso aos direitos sociais, principalmente aos de saúde. No cuidado à PSR, o enfermeiro tem papel fundamental ao favorecer o acesso aos dispositivos que podem possibilitar a resolução de seus problemas e satisfação das suas necessidades individuais e coletivas. O objetivo deste trabalho é relatar como aconteceu a instalação de um Consultório de Enfermagem (CE) em um serviço de assistência social (Centro POP) para atendimento especializado em saúde à PSR que frequentava esse ambiente, entre os anos de 2020 e 2021. Para tanto, foi instalado um CE no Centro POP, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde, visto que neste local se concentra maior quantitativo de PSR. Essa ação teve como intuito proporcionar o máximo acesso aos cuidados de saúde à PSR, sendo oferecidos cuidados de consultas de enfermagem, testagem rápida para doenças sexuais, curativos, orientações e demais procedimentos de enfermagem necessários a fim de promover a dignidade humana à PSR.

Biografia do Autor

Fagner Alfredo Ardisson Cirino Campos, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP)

Enfermeiro Psiquiátrico. Especialista em Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental. Acupunturista e Terapeuta Holístico. Terapeuta Familiar e de Casal. Grupoterapeuta e Terapeuta Interpessoal com formação em Treinamento das Habilidades Sociais. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Rondônia (Unir). E-mail: fagneralfredo@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6563-6155.

Carla Aparecida Arena Ventura, Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP-RP)

Professora Titular do Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP). Email: caaventu@eerp.usp.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0379-913X.

Referências

Campos FAAC, Órfão NH. População em Situação de Rua sob a Perspectiva da Intersetorialidade e Direitos Humanos na Gestão do Cuidado em Saúde. Revista Rede Unida. 2022.

Padgett DK. Homelessness, housing instability and mental health: making the connections. BJPsych Bull. 2020;44(51):197-201.

Silva PN Neves, Martins GI, Heller L. Human rights: interdependence and indivisibility: a glance over the human rights to water and sanitation. BMC International Health and Human Rights. 2019;19(1):1-7.

Gilmer C, Buccieri K. Homeless Patients Associate Clinician Bias With Suboptimal Care for Mental Illness, Addictions, and Chronic Pain. J Prim Care Community Health. 2020; 11:1-7.

Fryling LR, Mazanec P, Rodriguez RM. Homeless Persons’ Barriers to Acquiring Health Insurance through the Affordable Care Act. J Emerg Med. 2015;49(5):755–762.

Paiva IK. Direito à saúde da população em situação de rua: reflexões sobre a problemática. Ciênc. Saúde Coletiva. 2016;21(8):2595-2606.

Ravbol CI. Doubling syndemics: Ethnographic accounts of the health situation of homeless Romanian Roma in Copenhagen. Health Hum Right. 2017;19(2):73-88.

Aldridge R. Homelessness: a barometer of social justice. The Lancet/Public Health. 2020;5(19):30240-30243.

Gaboardi M. Goals and principles of providers working with people experiencing homelessness: A comparison between housing first and traditional staircase services in eight European countries. International journal of environmental research and public health. 2019;16(9):1-17.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

Vargas ER, Macerata I. Contribuições das equipes de Consultório na Rua para o cuidado e a gestão da atenção básica. Revista Panamericana de Salud Pública. 2018;42(170).

Brasil. Ministério da Cidadania. CENTRO POP – Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua. Brasília: Ministério da Cidadania, 2013. Disponível em: https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acesso-a-informacao/carta-de-servicos/desenvolvimento-social/assistencia-social/centro-pop-2013-centro-de-referencia-especializado-para-populacao-em-situacao-de-rua-1

Cardoso AC. Desafios e potencialidades do trabalho de enfermagem em consultório na rua. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2018;26(1):1-9.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 122, de 24 de janeiro de 2011. Define as diretrizes de organização e funcionamento das Equipes de Consultório na Rua. Brasília: Ministério da Saúde. 2011.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n° 50/2002. Brasília: Ministério da Saúde. 2002.

Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução Cofen n. 606/2019. Brasília: COFEN. 2019.

Brasil. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Rua: aprender a contar: pesquisa Nacional sobre a população em situação se rua. Brasília: MDS: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2009. Brasília: 2009.

Stona A, Berrang C, Santerre H, et al. Homelessness and stakeholders’ involvement in the Grand Duchy of Luxembourg: A qualitative study. Health Expectations: An International Journal of Public Participation in Health Care & Health Policy. 2015. 19(1):138–151.

Brasil. Citação da legislação federal que regulamenta o Exercício Profissional de Enfermagem: Lei 7.498/86, de 25 de junho de 1986, e Decreto n°94.406 de 8 de junho de 1987.

Nascimento WG, Uchôa SAC, Coêlho AA, et al. Medication and test prescription by nurses: contributions to advanced practice and transformation of care. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2018.

Watson DP. Housing First and harm reduction: a rapid review and document analysis of the US and Canadian open-access literature. Harm Reduction Journal. 2017;14(1):1-30.

Neves, PS; Martins, GI; Heller, L; “A gente tem acesso de favores, né?”. A percepção de pessoas em situação de rua sobre os direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário. Cad. Saúde Pública. 2018;34(3):1-10.

Stajduhar K. "Just too busy living in the moment and surviving": barriers to accessing health care for structurally vulnerable populations at end-of-life. BMC Palliat Care. 2019;18(1):1-10.

Voorhees, EV. Posttraumatic stress disorder and interpersonal process in homeless veterans participating in a peer mentoring intervention: Associations with program benefit. Psychological services. 2019;16(3):463-474.

Wijk, LB; Mângia, EF; Atenção psicossocial e o cuidado em saúde à população em situação de rua: uma revisão integrativa. Ciênc. Saúde coletiva. 2019;24(9):3357-3368.

EFJO; Rowe, M. Taking the Concept of Citizenship in Mental Health across Countries. Reflections on Transferring Principles and Practice to Different Sociocultural Contexts. Front Psychol. 2017.8(1):1-7.

Garcia LMT. Intersetorialidade na saúde no Brasil no início do século XXI: um retrato das experiências. Saúde debate. 2014.38(103):1-12.

Downloads

Publicado

2023-03-30

Como Citar

Campos, F. A. A. C. ., & Ventura, C. A. A. (2023). Consultório de enfermagem no Centro POP: uma experiência inovadora em parceria com o Consultório na Rua: Nursing office at the Centro POP: an innovative experience in partnership with the Office on the Street. aúde m edes, 9(1), 3709. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2023v9n1.3709

Edição

Seção

Relato de Experiência