Vigilância da violência no Rio Grande do Sul: panorama da qualidade e da quantidade das informações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 2014 a 2018
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2020v6n2p195-206Palavras-chave:
Vigilância em Saúde, Sistemas de Informação em Saúde, Notificação, Violência, Populações VulneráveisResumo
Objetivo: analisar o padrão e a qualidade da informação relacionada à violência no estado do Rio Grande do Sul segundo a raça/cor, a identidade de gênero, a orientação sexual, a população em situação de rua e a população indígena. Método: estudo ecológico e descritivo dos casos notificados no SINAN entre 2014 e 2018 no estado do Rio Grande do Sul, que totalizou no período um registro de 104.797 casos de violência. Resultado: A completude dos dados tem sido gradativamente melhorada ao longo do quinquênio dentro das classes de excelente e bom. Os campos de orientação sexual e identidade de gênero, inseridos em 2014 na ficha de notificação de violência interpessoal e autoprovocada demandam aumento de qualificação. Conclusão: Percebe-se, mediante a análise das notificações no SINAN, que ainda há muito a se avançar para o aprimoramento da vigilância das violências, em especial na qualificação dos campos de orientação sexual, identidade de gênero e motivação da violência. Sugere-se a necessidade de expansão da notificação das violências em municípios silenciosos e na rede intersetorial e a ampliação da qualificação de profissionais de saúde na compreensão da violência como um problema de saúde e a importância de qualificar a ficha de notificação. É mister a melhoria da ficha e do instrutivo de violência interpessoal e autoprovocada no SINAN e a sua adoção como estratégia para o fortalecimento do papel central do SUS no enfrentamento intersetorial e interseccional da violência.Referências
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