Instituições hospitalares brasileiras: revisão integrativa sobre absenteísmo de trabalhadores de enfermagem

Autores/as

  • Rodrigo Carolo Sulzbach Enfermeiro no Hospital Cristo Redentor do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
  • Vania Roseli Correa de Mello Professora Adjunta, área de Saúde Coletiva, na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Brasil
  • Daniel Dall'Igna Ecker Psicólogo Clínico (CRP-12/18496) no Distrito Sanitário Norte, equipe Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), pela Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis - SMS/ESP/UDESC http://orcid.org/0000-0001-5522-2231

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2022v8nsup1p107-124

Palabras clave:

Absenteísmo, Enfermagem, Saúde do trabalhador, Gestão Hospitalar.

Resumen

Objetivo: analisar os principais fatores relacionados ao absenteísmo dos profissionais de enfermagem em hospitais brasileiros. Fonte de dados: trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, que adota o método de revisão integrativa da literatura para a identificação de produções sobre o tema do absenteísmo dos profissionais de enfermagem nas instituições hospitalares brasileiras, publicados entre os anos de 2005 e 2015. A amostra final para o estudo foi constituída por 24 artigos. Resumo das conclusões: identificou-se que as licenças de saúde são as principais causas do absenteísmo. Os profissionais de enfermagem que mais se ausentam do trabalho são do sexo feminino, com faixa etária de 30 a 50 anos, das categorias dos técnicos e auxiliares. Como medidas para redução do absenteísmo aponta-se: o dimensionamento adequado de pessoal; avaliações sistemáticas e individualizadas das taxas e causas do absenteísmo; ações preventivas de controle de riscos ocupacionais; promoção da saúde do trabalhador; gestão democrática e participativa; suporte terapêutico e alterações nas políticas de contratação. Conclui-se que cabe aos gestores a organização de estratégias que estimulem a participação dos trabalhadores nos processos decisórios e de readequação de serviços ou de processos produtivos.

Biografía del autor/a

Rodrigo Carolo Sulzbach, Enfermeiro no Hospital Cristo Redentor do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande (2000) e especialização em Enfermagem em Terapia Intensiva pela Universidade do Contestado (2002). Atualmente é enfermeiro do Hospital Cristo Redentor S/A graduando em Administração em Sistemas e Serviços de Saúde pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Terapia Intensiva e Supervisão dos Serviços de Enfermagem.

Vania Roseli Correa de Mello, Professora Adjunta, área de Saúde Coletiva, na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Brasil

Doutora em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (2016), Mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009). Possui Graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1999), Especialização em Saúde Pública pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (2002) e Especialização em Docência na Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2015). Servidora Pública na Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA) de 1987 a 2005 e na Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul de 2005 a 2013. Atualmente é Professora Adjunta, área de Saúde Coletiva, na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área da Saúde Coletiva, Psicologia e Psicologia Social, atuando principalmente nos seguintes temas: Políticas Públicas de Saúde e de Saúde Mental, Atenção e Gestão do SUS, Política Nacional de Humanização, Participação e Controle Social na Saúde

Daniel Dall'Igna Ecker, Psicólogo Clínico (CRP-12/18496) no Distrito Sanitário Norte, equipe Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), pela Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis - SMS/ESP/UDESC

Psicólogo Clínico (CRP-12/18496) no Distrito Sanitário Norte, equipe Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), pela Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis - SMS/ESP/UDESC. Graduado em Psicologia na PUCRS (2013). Mestre em Psicologia Social e Institucional (UFRGS/2016) com período sanduíche no Grupo de Pesquisa 'Processos Culturais, Políticas e Modos de Subjetivação' na Universidade Federal de Alagoas (UFAL/2015). Doutor em Psicologia Social e Institucional (UFRGS/2020) com período sanduíche no LAPCIP 'Laboratório de Psicanálise, Processos Criativos e Interações Políticas' na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/2018-2019). Na graduação teve experiência como bolsista do Programa de Educação Tutorial - PET/MEC/SESu (2006-2010), Iniciação Científica (bolsa institucional) na UniRitter de Porto Alegre (2010) e Iniciação Científica (CNPq) no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional na UFRGS (2011-2013). Filiado à ABRAPSO - Associação Brasileira de Psicologia Social (2012-2013) trabalhou na Secretaria Administrativa, junto à Direção Nacional (2012-2014). Editor-Executivo na Revista Eletrônica Científica da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (REV-UERGS), área Ciências Humanas, desde 2017. Tem experiências em Psicologia, Psicologia Social e Institucional, Psicologia Clínica e no trabalho em instituições de representação da categoria profissional. Dentre os principais temas de pesquisa em Psicologia, estão: Direitos Sociais, políticas públicas, produção de subjetividade, clínica em Psicologia, saúde mental, atenção psicossocial, atenção básica, atenção primária à saúde, Acompanhamento Terapêutico, Gestão Autônoma da Medicação (Guia-GAM), uso de drogas, Redução de Danos e Michel Foucault

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Publicado

2022-07-08

Cómo citar

Sulzbach, R. C., de Mello, V. R. C., & Ecker, D. D. (2022). Instituições hospitalares brasileiras: revisão integrativa sobre absenteísmo de trabalhadores de enfermagem. aúde m edes, 8(sup1), 107–124. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2022v8nsup1p107-124

Número

Sección

Artigo de Revisão