A formação médica por trás das telas: o contexto da pandemia do COVID-19 e o ensino remoto emergencial

Resumo

No Brasil, as medidas de isolamento social para o enfrentamento à propagação do Covid-19 demandaram a paralisação das atividades presenciais das escolas médicas. Com a pequena quantidade de estudos que analisam as práticas pedagógicas utilizadas nesse período, este artigo busca investigar por meio de uma revisão da literatura as principais metodologias encontradas, bem como seus desdobramentos na comunidade acadêmica. Os dados foram coletados nos bancos de dados SCIELO, PUBMED e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com a inclusão de trabalhos publicados de abril de 2020 a dezembro de 2021. A partir do conteúdo dos textos selecionados, criou-se quatro categorias a serem consideradas. Após análise, foi perceptível que o ensino remoto trouxe diversas consequências negativas para o processo de ensino-aprendizagem na formação médica. Aspectos como a ampliação das dificuldades de acesso à educação encontrada por estudantes de baixa renda, lentidão no oferecimento de auxílios, além da falta de suporte à saúde mental de docentes e discentes alicerçaram pontos amplamente debatidos nos textos. Quanto às novas metodologias, percebeu-se que seu principal foco era a mitigação da ausência das atividades presenciais. Enquanto os mecanismos que auxiliaram nas relações professor-aluno mostraram-se, em sua maioria, satisfatórios, a qualidade de ensino foi compreendida como aquém da oferecida pela metodologia no ambiente universitário.