Os sujeitos do Mal-estar: análise da narrativa de uma profissional da Rede de Atenção Psicossocial
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2021v7n3p259-268Palavras-chave:
Saúde Pública, Acolhimento, Profissional de SaúdeResumo
O Objetivo deste trabalho é apontar como são construídas subjetividades decorrentes de práticas discursivas e não discursivas na Rede de Atenção Psicossocial e nas Comunidades Terapêuticas de uma cidade de porte médio da região centro-oeste. Apoiados na concepção foucaultiana de produção de subjetividades por meio de dispositivos ligados às Políticas Públicas, os autores buscam apontar como a nomeação do mal-estar e como as práticas das clínicas tradicionais, das intervenções psicossociais e das Comunidades Terapêuticas produzem discursos e sujeitos que as respondem como sujeito-dobradiça. A hipótese que dirige a investigação é a de que a Biopolítica se introduz em múltiplas modalidades nos serviços de Saúde como forma de governo das populações discriminadas. As narrativas postas em dois artigos e o memorial da autora, escritos para compor sua dissertação de Mestrado em Psicologia, realizado na Universidade Federal da Grande Dourados na linha de pesquisa Processos Psicossociais, foram resgatados e constituem o corpus desta investigação. A análise do material aponta a existência de conflitos entre os trabalhadores de Saúde frente à multiplicidade de agenciamentos da biopolítica e às resistências que emergem nos projetos de intervenção do Estado brasileiro.Referências
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