Percurso formativo da humanização da saúde no discurso dos fisioterapeutas de uma unidade neonatal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2021v7n3p85-99

Palavras-chave:

Humanização da Assistência, Ensino Superior, Educação Continuada. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Fisioterapia.

Resumo

O artigo analisa a relação entre o percurso formativo da humanização da saúde e a atuação dos fisioterapeutas da unidade neonatal de um hospital público de ensino a partir de seus discursos. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de caráter exploratório, sustentada pelos pilares teóricos-metodológicos de análise das Práticas Discursivas e Produção de Sentidos e do Construcionismo Social. Foram feitas entrevistas com oito fisioterapeutas. Para análise, foram feitas a transcrição sequencial e integral das falas. O procedimento analítico centrou-se na leitura exaustiva das entrevistas e identificação de quatro categorias analíticas: sentidos de humanização, atores sociais da humanização, percurso formativo da humanização e práticas alinhadas à humanização. Quanto aos resultados, os sentidos da humanização apontam para uma aproximação com conceitos da Política Nacional de Humanização; os participantes citaram os profissionais, os usuários e a gestão como atores sociais da humanização; na formação em humanização foi identificada uma fragilidade no ensino relacionado ao tema, porém, apesar disso, percebeu-se um alinhamento das práticas realizadas no local de trabalho com algumas propostas feitas pela Política Nacional de Humanização. O curso do Método Canguru destacou-se como o mais relevante no processo formativo. Por fim, a Educação Permanente em Saúde mostrou-se essencial na trajetória formativa desses fisioterapeutas.

Biografia do Autor

Camila de Melo Moura, Universidade Federal de Alagoas

Fisioterapeuta, Mestra em Ensino na Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (FAMED/UFAL), atual fisioterapeuta da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes. 

Sérgio Seiji Aragaki

Possui graduação em Psicologia pela UNESP- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1993), mestrado e doutorado em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Docente no curso de graduação em Medicina e no Mestrado Profissional de Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas. Foi consultor da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS, membro da Frente Formação e Pesquisa e referência do apoio matricial para o estado de Alagoas.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 4. ed. 4. reimp. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_documento_gestores_trabalhadores_sus.pdf>. Acesso em: 20 abr.2019.

Fortes PADC. Ética, direitos dos usuários e políticas de humanização da atenção à saúde. Saúde e Sociedade. 2004; 13(3): 30-5. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v13n3/04.pdf>. Acesso em: 25 abr.2019.

Miranda AO, Arce VAR. Humanização na formação em saúde : a experiência de uma estudante de fonoaudiologia. Distúrbios Comun. 2014; 27(3): 600-7. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/dic/article/view/20379/17733>. Acesso em: 25 abr.2019.

Barbosa GC, Meneguim S, Lima SAM, Moreno V. Política Nacional de Humanização e formação dos profissionais de saúde: revisão integrativa. Rev. Bras. Enferm. 2013; 66 (1): 123-7. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v66n1/v66n1a19.pdf>. Acesso em: 20 abr.2018.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política nacional de educação permanente em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 64 p. (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 9). Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/documents/33856/396770/Pol%C3%ADtica+Nacional+de+Educa%C3%A7%C3%A3o+Permanente+em+Sa%C3%BAde/c92db117-e170-45e7-9984-8a7cdb111faa>. Acesso em: 24 abr.2019.

Pereira AS, Carvalho MG, Ykeda DS. Desafios da humanização em neonatologia e na pediatria. In: Martins JA, Nicolau CM, Andrade LB (Org.). PROFISIO - Programa de atualização em fisioterapia pediátrica e neonatal: cardiorrespiratória e terapia intensiva: ciclo 4. Porto Alegre: Artmed: Panamericana; 2015. p. 143-160.

Spink MJP. Linguagem e produção de sentidos no cotidiano. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais; 2010.

Spink MJP et al. Práticas discursivas e produção de sentido no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais; 2013.

Spink MJP et al. Produção de informação na pesquisa social: compartilhando ferramentas. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais; 2014. Disponível em: <https://www.academia.edu/36704679/A_produ%C3%A7%C3%A3o_de_informa%C3%A7%C3%A3o_na_pesquisa_social_compartilhando_ferramentas>. Acesso em: 25 abr.2019.

Aragaki SS. O psicológico na medicina: um estudo sobre os usos dos repertórios interpretativos de psicológico nos discursos na medicina ocidental oficial [Dissertação]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2001.

Chizzotti A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 8.ed. São Paulo:Cortez; 2006.

Spink, MJP. A ética na pesquisa social: da perspectiva prescritiva a interanimação dialógica. Psico. 2000; 31(1): 7-22. Disponível em: <https://www.academia.edu/906162/A_%C3%A9tica_na_pesquisa_social_da_perspectiva_prescritiva_%C3%A0_interanima%C3%A7%C3%A3o_dial%C3%B3gica>. Acesso em: 25 abr.2019.

Carvalho VL, Oliveira ALC, Rocha JSPC, Júnior JCS, Marsiglia TTC, Costa, ACS. Humanização: percepção dos discentes do curso de fisioterapia. Rev. Enferm. UFPE on line.2015; 9(6): 8187-8193. Disponível em: <https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/10577/11523>. Acesso em: 25 abr.2019.

Evangelista VC, Domingos TS, Siqueira FPC, Braga EM. Equipe multiprofissional de terapia intensiva: humanização e fragmentação do processo de trabalho. Rev Bras Enferm. 2016; 69(6): 1099-107. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n6/0034-7167-reben-69-06-1099.pdf>. Acesso em: 25 abr.2019.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_praticas_producao_saude.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Ramada NCO, Almeida FA, Cunha MLR. Toque terapêutico: influência nos parâmetros vitais de recém-nascidos. Einstein. 2013; 11(4): 421-5. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082013000400003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 24 abr.2019.

Rigonatto CCMB, Moraes MAA. Humanização: percepções de estudantes de fisioterapia. Revista da Universidade Vale do Rio Verde. 2014; 12(2): 177-86. Disponível em: <http://periodicos.unincor.br/index.php/revistaunincor/article/view/1427/pdf_199>. Acesso em: 24 abr.2019.

Oliveira NES, Oliveira LMAC, Lucchese R, Alvarenga GC, Brrasil VV. Humanização na teoria e na prática: a construção do agir de uma equipe de enfermeiros. Rev. Eletr. Enf. 2013;15(2): 334-43. Disponível em: <https://www.fen.ufg.br/revista/v15/n2/pdf/v15n2a04.pdf >. Acesso em: 24 abr.2019.

Dias LD. Humanização na assistência aos pais dos recém-nascidos prematuros internados na UTI neonatal do Hospital da Criança Conceição: Projeto de pesquisa. Porto Alegre, 32 f.; 2009. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3196/2/TCC%20Luciana%20Dias.pdf>. Acesso em: 28 jan.2018.

Carli BS, Ubessi LD, Pettenon MK, Righi LB, Jardim VMR, Stumm EMF. O tema da humanização na terapia intensiva em pesquisas em saúde. J. Res.: Fundam. Care. 2018;10(2): 326-33. Disponível em: <http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/6018/pdf>. Acesso em: 28 jan.2018.

Ferreira JA, Araújo GC. Humanização na Saúde: uma análise dos sentidos na óptica do trabalho cotidiano. Textos & Contextos. 2014; 13(1): 199-213. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/fass/ojs/index.php/fass/article/view/16519/11764>. Acesso em: 28 jan.2018.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizaSus.pdf>. Acesso em: 15 jan.2018.

Calderon DBL, Verdi MIM. Cogestão e processo de intervenção de apoiadores da Política Nacional de Humanização (PNH). Interface. 2014; 18(supl 1): 859-70. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/icse/v18s1/1807-5762-icse-18-1-0859.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Silva ID, Silveira MFA. A humanização e a formação do profissional de fisioterapia. Ciência & Saúde Coletiva. 2011; 16(1): 1535-46. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v16s1/a89v16s1.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Rios IC, Sirino CB. A humanização no ensino de graduações em medicina: o olhar dos estudantes. Revista Brasileira de Educação Médica. 2015; 39(3): 401-9. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbem/v39n3/1981-5271-rbem-39-3-0401.pdf>. Acesso em: 24abr.2019.

Freitas FDS, Ferreira MA. Saberes de estudantes de enfermagem sobre a humanização. Rev. Bras. Enferm. 2016; 69(2): 282-9. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n2/0034-7167-reben-69-02-0282.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

De Benedetto MAC, Gallian DMC. Narrativas de estudantes de medicina e enfermagem: currículo oculto e desumanização em saúde. Interface, Saúde e Educação. 2018; 22(67):1197-207. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/icse/v22n67/1807-5762-icse-1807-576220170218.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNS/CES 4, 9 de fevereiro de 2002. Institui as Diretrizes Curriculares Nacional dos Cursos de Graduação em Fisioterapia. Brasília; 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES042002.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS: clínica ampliada e compartilhada. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 64 p. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada_compartilhada.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Bôas LMV, Daltro MR, Garcia CP, Menezes MS. Educação Médica: desafio da educação na formação. Saúde em Redes. 2017; 3(2): 172-82. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Monica_Daltro/publication/320707141_EDUCACAO_MEDICA_DESAFIO_DA_HUMANIZACAO_NA_FORMACAO/links/5a14057c0f7e9b1e5730afb2/EDUCACAO-MEDICA-DESAFIO-DA-HUMANIZACAO-NA-FORMACAO.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Benevides R, Passos E. Humanização na saúde: um novo modismo?Interface. 2005; 9(17): 389-406. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/icse/v9n17/v9n17a14.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Varela F. O reencantamento do concreto. In: Pelbart PP, Costa R. (Org.). Cadernos de subjetividade: o reencantamento do concreto. São Paulo: Hucitec; 2003. p.33-52.

Gontijo TL, Xavier CC, Freitas MIF. Avaliação da implementação do Método Canguru por gestores, profissionais e mães de recém-nascidos. Cad. Saúde Pública. 2012; 28(5): 935-44. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v28n5/12.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Spehar MC, Seidl EMF. Percepções maternas no método canguru: Contato pele a pele, amamentação e autoeficácia. Psicologia em Estudo. 2013; 18(4): 647-56. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pe/v18n4/07.pdf>. Acesso em: 24 abr.2019.

Downloads

Publicado

2021-12-21

Como Citar

Moura, C. de M., & Aragaki, S. S. (2021). Percurso formativo da humanização da saúde no discurso dos fisioterapeutas de uma unidade neonatal. aúde m edes, 7(3), 85–99. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2021v7n3p85-99

Edição

Seção

Artigos Originais