HISTÓRIA E MEMÓRIA DA CRIAÇÃO DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n3p63-73Keywords:
História, Memória, Narração, Saúde Mental, Hospitais PsiquiátricosAbstract
OBJETIVOS: Recontar, por meio da história oral, a história da criação do Centro de Convivência Arthur Bispo do Rosário. MÉTODOS: Estudo qualitativo, com coleta de dados por meio da história oral, narrada por pessoas que presenciaram ou participaram dos acontecimentos. As entrevistas foram realizadas com cinco trabalhadores do Centro de Convivência Arthur Bispo do Rosário, gravadas, transcritas e analisadas. Para análise, dividiram-se as entrevistas em categorias organizadas por ordem coerente, construindo uma narrativa da história da criação do Centro de Convivência Arthur Bispo do Rosário. RESULTADOS: Inspirada pelo ideal da Reforma Psiquiátrica e pela consolidação de serviços substitutivos de outras cidades, a equipe do Instituto Raul Soares deu início à criação do Centro de Convivência em 1992 dentro do espaço físico do hospital. Oficinas de produção de arte e cultura eram realizadas com os pacientes institucionalizados. Apesar da lógica diferente, os ideais do hospital psiquiátrico permeavam o funcionamento do Centro de Convivência Arthur Bispo do Rosário, que apenas em 2000 foi municipalizado e vinculado ao Distrito Sanitário Leste, abrindo-se à comunidade e consolidando-se como serviço substitutivo em saúde mental. CONCLUSÕES: Com o debate acerca da Reforma Psiquiátrica, o Centro de Convivência Arthur Bispo do Rosário foi criado, mas não conseguiu consolidar os princípios da luta antimanicomial enquanto permaneceu vinculado ao hospital psiquiátrico. A psiquiatria tradicional e o modelo manicomial ofereceram resistência inicial à consolidação do serviço, que só foi concretizada com sua municipalização oito anos depois.References
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