Eçara: resistência de quem busca e encontra solidariedade na equipe do consultório de rua

Autores

  • Maria Odete Pereira Escola de Enfermagem da UFMG
  • Monica Garcia Pontes Mestrado Promoção a Saúde e Prevenção de Violências da UFMG Faculdade Medicina da UFMG
  • Caio Couto Pereira Faculdade de Medicina da UFMG Estudante
  • Alzira Oliveira Jorge Faculdade de Medicina da UFMG
  • Kênia Lara Silva Escola de Enfermagem da UFMG
  • Natália Gomes Ribeiro Magalhaes Escola de Enfermagem UFMG

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n1suplemp231-241

Palavras-chave:

Saúde Coletiva, Direitos Humanos, Cuidado, SUS

Resumo

Introdução: O Estado, que deveria garantir aos cidadãos direitos fundamentais para uma vida digna, tem, sistematicamente, promovido violações a esses mesmos direitos. Mais adiante, será evidenciado o relato de uma das muitas mães pretas, pobres, usuárias de drogas que tiveram seus filhos sequestrados pelo poder judiciário em nome de uma suposta “proteção” a essas crianças.Objetivos: descrever a narrativa de uma usuária-guia e realizar uma análise.Métodos: O presente estudo caracteriza-se como pesquisa qualitativa, do tipo interferência, delineado como estudo de caso, definido a partir da experiência e percurso da usuária-guia. Foram observadas todos as recomendações éticas da Resolução 446/2012.Resultados: Eçara teve nove filhos tendo lhe sido retirado quatro deles. Depois de muitos anos de sofrimento e dor, a usuária encontrou a equipe de consultório de rua, que lhe estendeu pontes para ter uma vaga em abrigo público e começar um novo projeto de vida em família. Conclusões: Concluímos também que o Consultório de Rua investiu seus recursos humanos em Eçara e teceram uma rede de solidariedade, para que nela mãe e filhos pudessem ser acolhidos e a usuária iniciar um projeto de vida, em família.  Este dispositivo estendeu pontes para tirar Eçara da invisibilidade das ruas e viadutos, de modo que ela possa continuar indo em busca de uma vida melhor para si e sua família, mesmo que seja num abrigo público.  Palavras-chaves: Pessoas em situação de rua; Gravidez; Violações dos Direitos Humanos; Social Vulnerability.Introdução: O Estado, que deveria garantir aos cidadãos direitos fundamentais para uma vida digna, tem, sistematicamente, promovido violações a esses mesmos direitos. Mais adiante, será evidenciado o relato de uma das muitas mães pretas, pobres, usuárias de drogas que tiveram seus filhos sequestrados pelo poder judiciário em nome de uma suposta “proteção” a essas crianças.Objetivos: descrever a narrativa de uma usuária-guia e realizar uma análise.Métodos: O presente estudo caracteriza-se como pesquisa qualitativa, do tipo interferência, delineado como estudo de caso, definido a partir da experiência e percurso da usuária-guia. Foram observadas todos as recomendações éticas da Resolução 446/2012.Resultados: Eçara teve nove filhos tendo lhe sido retirado quatro deles. Depois de muitos anos de sofrimento e dor, a usuária encontrou a equipe de consultório de rua, que lhe estendeu pontes para ter uma vaga em abrigo público e começar um novo projeto de vida em família. Conclusões: Concluímos também que o Consultório de Rua investiu seus recursos humanos em Eçara e teceram uma rede de solidariedade, para que nela mãe e filhos pudessem ser acolhidos e a usuária iniciar um projeto de vida, em família.  Este dispositivo estendeu pontes para tirar Eçara da invisibilidade das ruas e viadutos, de modo que ela possa continuar indo em busca de uma vida melhor para si e sua família, mesmo que seja num abrigo público.  Palavras-chaves: Pessoas em situação de rua; Gravidez; Violações dos Direitos Humanos; Social Vulnerability.

Biografia do Autor

Maria Odete Pereira, Escola de Enfermagem da UFMG

Departamento de Enfermagem AplicadaEscola de Enfermagem da UFMGÁREA DE SAÚDE MENTAL 

Monica Garcia Pontes, Mestrado Promoção a Saúde e Prevenção de Violências da UFMG Faculdade Medicina da UFMG

Biologa, gestora de serviços de saúde e Diretora de Escola de Contagem/MGMestranda da Pós Graduação Promoção a Saúde e Prevenção de Violências da UFMGFaculdade Medicina da UFMG

Caio Couto Pereira, Faculdade de Medicina da UFMG Estudante

Caio Couto Pereira. Estudante de Graduação da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. caiocoutopereira@gmail.com

Alzira Oliveira Jorge, Faculdade de Medicina da UFMG

Médica sanitarista e atualmente Professora Adjunta da Faculdade de MEdicina da UFMG.Área de atuação: Políticas, Planejamento e Gestão em Saúde

Kênia Lara Silva, Escola de Enfermagem da UFMG

Kênia Lara da Silva. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais. kenialara@enf.ufmg.br

Natália Gomes Ribeiro Magalhaes, Escola de Enfermagem UFMG

Natália Gomes Ribeiro Magalhães. Graduanda da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais.

Referências

REFERÊNCIAS

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Publicado

2018-06-20

Como Citar

Pereira, M. O., Pontes, M. G., Pereira, C. C., Jorge, A. O., Silva, K. L., & Magalhaes, N. G. R. (2018). Eçara: resistência de quem busca e encontra solidariedade na equipe do consultório de rua. aúde m edes, 4(1 Suplem), 231–241. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n1suplemp231-241

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