“É UMA DOR QUE NÃO TEM EXPLICAÇÃO, É A VIDA DA GENTE QUE ELES TIRAM”: narrativas de mulheres na resistência pelo seu direito à maternidade em Belo Horizonte - MG

Autores

  • Gláucia de Fátima Batista Servidora aposentada da Secretaria de Saúde
  • Maria Do Carmo Fonseca Professora aposentada UFMG
  • Mônica Garcia Pontes Bióloga, Diretora de Escola Pública em Contagem-MG

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n1suplemp129-139

Palavras-chave:

Direitos Humanos, Gênero e saúde, Adoção, Poder familiar

Resumo

O presente texto tem como objetivo relatar narrativas de mulheres na resistência pelo seu direito à maternidade em Belo Horizonte. Metodologia Estudo exploratório descritivo na perspectiva de gênero através de relatos de narrativas de mães em situação socialmente vulneravei. Resultados Regulações levaram gestantes a se afastarem dos serviços de saúde. Mães em situação de vulnerabilidade social saíram das maternidades sem os seus recém-nascidos tornando-se visível no parto com sentença de incapacidade por servidores do Estado e responderam com estratégias de resistência. Considerações finais Profissionais de saúde exigiram a sua tutela, desconsiderando a igualdade de direitos, a figura paterna e a diversidade familiar. Recomenda-se que o abrigamento compulsório não se torne política pública, pois será o fracasso das políticas sociais. Deve-se garantir rede de ajuda como moradia, educação, trabalho e suporte às mulheres na garantia de direitos fundamentais, autonomia e convivência mãe recém-nascido na comunidade de origem como direito humano.Olhar reducionista de servidores que retiraram dessas pessoas o direito à maternidade e paternidade, enquanto oportunidade de reconstrução de suas trajetórias de vida devem ser revistos.

Biografia do Autor

Gláucia de Fátima Batista, Servidora aposentada da Secretaria de Saúde

Assistente Social, Mestre em Ciências da Saúde Fiocruz Minas

Maria Do Carmo Fonseca, Professora aposentada UFMG

Socióloga, Doutora em Demografia Social, Professora aposentada UFMG

Mônica Garcia Pontes, Bióloga, Diretora de Escola Pública em Contagem-MG

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência Fac. Medicina-UFMG

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Publicado

2018-07-29

Como Citar

Batista, G. de F., Fonseca, M. D. C., & Pontes, M. G. (2018). “É UMA DOR QUE NÃO TEM EXPLICAÇÃO, É A VIDA DA GENTE QUE ELES TIRAM”: narrativas de mulheres na resistência pelo seu direito à maternidade em Belo Horizonte - MG. aúde m edes, 4(1 Suplem), 129–139. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n1suplemp129-139

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