Resistências de uma parteira tradicional indígena frente à medicina contemporânea em sua aldeia: narrativa de vida
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2024v10n2.4529Resumen
O processo de gestação, parto e puerpério para as mulheres indígenas transversaliza simbologias, práticas culturais, parentesco e processos fisiológicos, sendo as parteiras importantes pessoas na perpetuação dos saberes de seu povo. Para fortalecer essas práticas é necessário que as políticas públicas de saúde reconheçam a legitimidade dos saberes ancestrais, pois a hegemonia da medicina moderna, os silencia e desvaloriza. É importante entender as sobreposições e negociações existentes desses saberes pois, de um lado, as parteiras foram submetidas a processos formativos do saber biomédico e, do outro, seus saberes foram inseridos em novas epistemologias do cuidado, em um processo dinâmico e sociocultural. Para refletir sobre essa realidade, construímos esse artigo que apresenta a narrativa de vida de uma parteira anciã indígena, referência do povo Potiguara da Paraíba. Para a construção da narrativa foi realizada entrevista em profundidade, analisada sob as bases da antropologia da saúde, o que levou a construir categorias analíticas que demonstraram a existência de uma intencionalidade de colonizar, não só os saberes indígenas, mas o ser mulher parteira no seu território. O campo da política se configurou no relato da parteira como uma estratégia possível para ser escutada e ser porta-voz das mulheres em suas necessidades, para além do parto e nascimento. Neste sentido, esta narrativa de vida demarca o quão importante é a parteira tradicional indígena na luta pela decolonização, sendo ela uma autêntica “abelha rainha” de seu povo e protagonista do que podemos compreender como medicina contemporânea. Palavras-chave: Parteira tradicional; Mulher Indígena; Decolonização; Ancestralidade.Descargas
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