Mulheres em situação de pobreza extrema: gênero e classe social
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2019v5n3p43-57Keywords:
Pobreza, Gênero, Mulheres, Classe socialAbstract
Este estudo objetiva compreender as vulnerabilidades de gênero vivenciadas por mulheres em situação de pobreza extrema no município de Porto Alegre. Com abordagem etnográfica, utiliza como dispositivo a vivência no território da Vila Nazaré, constituída por uma população que vive em situação de baixa renda. As informações foram produzidas em uma Unidade de Saúde da Atenção Primária por meio de registros em diário de campo de consultas, visitas domiciliares e grupos de educação em saúde. Analisou-se as vulnerabilidades de gênero que afetam as mulheres a partir de três marcadores: (1) gravidez precoce e indesejada, (2) medicalização feminina e (3) epidemia de aids. O local vive à margem da sociedade e nele predominam vulnerabilidades relativas à pobreza extrema, exclusão, violências, tráfico de drogas e prostituição feminina. É necessário evidenciar as consequências sociais da pobreza em sociedades patriarcais para que sejam instituídas práticas de cuidado integral pelos serviços de saúde.References
Agamben, G. (2007). Homo Sacer – O poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: UFMG
Angel, M. (2007). A verdade sobre os laboratórios farmacêuticos. Rio de Janeiro: Record.
Bandeira, L. (2005). Fortalecimento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres: Avançar na transversalidade da perspectiva de Gênero nas Políticas Públicas. Brasília: CEPAL/SPM.
Bastos, F. I. & Szwarcwald, C. L. (2000). AIDS e pauperização: principais conceitos e evidências empíricas. Cad Saúde Pública, 16, 65-76.
Berlinguer, G. (2006). Globalización, estado e salúd. Rev Fac Nac Salud Pública, 24, 8-11.
Ministério da Saúde. (2015). Boletim Epidemiológico HIV-AIDS. Brasília: Autor.
Brito, A. M. Castilho, E. A.; Szwarcwald, C. L. (2005). Regional patterns of the temporal evolution of the AIDS epidemic in Brazil following the introduction of antiretroviral therapy. Braz J Infect Dis, 9, 9-19.
Castells, M. (2010). O Poder da Identidade. São Paulo: Paz e Terra.
Ceccon, R. F. (2012). Mulheres que vivem com HIV: violência de gênero e ideação suicida. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Comissão Econômica para a América Latina - CEPAL. (2000). The Equity Gap: a secondassessment. Second Regional Conference in Follow-up to the Worls Summit for Social Development.
Chalhoub, S. (1996). Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial. São Paulo: Companhia das Letras.
Clifford, J. (1997). Routes: Travel and Translation in the Late Twentieth Century, Massachusetts, Londres, Harvard University Press.
Couto, M.T.; Schraiber, L.B.; Gomes, R (2009). Saúde da população masculina na atenção primária: tendência histórica e representações sobre necessidades, acesso e uso de serviços em cidades de quatro estados do Brasil (RN, PE, RJ, SP). Relatório Final de Pesquisa. Brasília: CNPq.
Craig, D. & Porter, D. (2005). The third way and the third world: poverty reduction and social inclusion strategies in the rise of 'inclusive' liberalism. Rev of Int Pol Eco, 12, 226–263.
Dantas-Berger, S. M. & Giffin, K. (2005). A violência nas relações de conjugalidade: invisibilidade e banalização da violência sexual? Cad. Saúde Pública, 21, 417-425.
Economic Commission for Latin America and Caribbean (2006). Statistical yearbook for Latin America and the Caribbean 2005. Santiago de Chile: ECLAC.
Agriculture Organization of the United Nations - FAO (2014). The state of food insecurity in the word 2014. Global Launch.
Farmer, P.; Connors, M.; Simmons, J. (1996). Women, Poverty, and AIDS: Sex, Drugs and Structural Violence. Monroe: Common Courage Press,
Fonseca, R. M. G. S. (2005). Equidade de gênero e saúde das mulheres. Rev. Esc Enferm USP, 39, 450-459.
Foucault, M. (1997). A História da Loucura na Idade Clássica. São Paulo: Perspectiva.
Foucault, M. (2008). Nascimento da Biopolítica. São Paulo: Martins Fontes.
Freitas, F. & Amarante, P. (2012). Psiquiatrização da vida e o DSM V: desafios para o início do século XXI.
Ghatak, M. & Jiang, N. N. H. (2002). A simple model of inequality, occupational choice, and development. Journal of Development Economics, 69, 205–226.
Laurell, A. C. (2000). Globalización y reforma del estado. In: Costa, A.M.; Merchán–Hamman, E.; Tajer, D. (Orgs.), Saúde, eqüidade e gênero: um desafio para as políticas públicas (pp. 36-60). Brasília: Editora UnB/ALAMES/ABRASCO.
Magalhães, R.; Burlandy, L.; Senna, M. C. M. (2007). Desigualdades sociais, saúde e bem-estar: oportunidades e problemas no horizonte de políticas públicas transversais. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 12, 1415-1421.
Marcus, G. (1992). Past, Present and Emergent Identities: Requirements for Ethnographies of the Late Twentieth-Century Modernity Worldwide. In Lash, S.; FriedmaN, J. (Orgs.), Modernity & Identity (pp. 309-330). Cambridge: Blackwell.
Martínes, D. H.; Navarrete, M. L.; Lorenzo, I. V. (2009). Factores que influyen en la coordinación entre niveles asistenciales según la opinión de directivos y profesionales sanitarios. Gac Sanit, 23, 280-286.
Mehra, R. (2003). The Equity Premium: Why is it a Puzzle? Working Paper, 1, 54-69.
Melo, H. P. & Barros, F. (2000). O Desemprego no Feminino. Archétypon, 22.
Monteiro, C. G. (2003). Fome, desnutrição e pobreza: além da semântica. Saúde soc, 12, 7-11.
Oliveira, R. C. (1996). O trabalho antropológico: olhar, ouvir e escrever. Rev Antropologia, 39, 13-37.
Parker, R. & Camargo Jr., K.R. (2000). Pobreza e HIV/AIDS: aspectos antropológicos e sociológicos. Cad. Saúde Pública, 16, 89-102.
Pelbart, P. P. (1993). A nau do tempo-rei - 7 Ensaios sobre o Tempo da Loucura. Rio de Janeiro: Imago.
Santos, N. J. S.; Barbosa, R. M.; Pinho, A. A.; Villela, W. V.; Aidar, T.; Filipe, E. M. (2009). Contextos de vulnerabilidade para o HIV entre mulheres brasileiras. Cad Saude Publica, 25, 321–332.
Silva, W. A. E.; Oliveira, C. A. B.; Morgado, M. G. (2005). HIV infection and AIDS in a small municipality in Southeast Brazil. Rev. Saúde Pública, 39, 950-955.
Silveira, M. F.; Béria, J. U.; Horta, B. L.; Tomasi, E. (2002). Autopercepção de vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis e AIDS em mulheres. Rev Saúde Pública, 36, 670-677.
United Nations Development Programme - UNDP. (2002). Human Development Report 2002. New York: Oxford University Press.
Wallace, R.; Fullilove, M. T.; Fullilove, R.; Gould, P.; Wallace, D. (1994). Will AIDS be contained within U.S. minority urban populations? Social Science and Medicine, 39, 1051-1062.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Os direitos autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com os direitos de publicação para o periódico. Este periódico é de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no link a seguir https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR).
