VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR: CAMINHOS PARA O ENFRENTAMENTO NA SAÚDE PÚBLICA

Autores

  • Adriana Carvalho dos Santos Especialista em Saúde da Família pela Casa de Saúde Santa Marcelina.
  • Mara Lisiane de Moraes dos Santos Doutora em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
  • Débora Dupas G. Nascimento Doutora em Ciências, Universidade de São Paulo. Pesquisadora em Saúde Pública, Fiocruz Mato Grosso do Sul.

DOI:

https://doi.org/10.18310/2446-4813.2015v1n2p21-30

Palavras-chave:

Violência, Violência Doméstica, Serviços de Saúde.

Resumo

A violência é um assunto relevante na área da saúde, pois suas consequências causam grande impacto na integridade do indivíduo, afetando seu bem-estar físico, moral, espiritual e mental. A violência intrafamiliar, por sua vez, representa um importante desafio aos profissionais da saúde pública, que se sentem inseguros e despreparados para manejar essa situação. Frente a isso, o presente estudo se propôs a identificar como os serviços de saúde abordam as situações de violência intrafamiliar no cotidiano da prática. Tratase de uma pesquisa do tipo bibliográfica, realizada nos últimos cinco anos. Foram consultadas duas bases de dados, Lilacs e Scielo, e utilizados os descritores “violência” e “serviços de saúde”. Os 12 artigos que compuseram a amostra atenderam aos critérios de inclusão previamente estabelecidos. Constatou-se que a maioria dos autores optou pelo delineamento qualitativo e escolheu a entrevista para realizar a coleta de dados. Grande parte dos estudos foi desenvolvida na região Sudeste do País, tendo a amostra composta por profissionais de saúde, usuários e profissionais de outras áreas. Observou-se que a violência intrafamiliar é comumente relacionada à violência contra a mulher e a perspectiva diagnóstica do problema é amplamente discutida, apesar da escassez de relatos de experiência. Nota-se que os profissionais de saúde se sentem pouco habilitados para lidar com a questão e têm dificuldade para reconhecê-la como um problema de interesse epidemiológico e social, o que reflete no baixo número de notificações e impede a visualização dos efeitos desse fenômeno sobre os indivíduos, famílias e comunidades.

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Publicado

2015-10-24

Como Citar

Santos, A. C. dos, Santos, M. L. de M. dos, & Nascimento, D. D. G. (2015). VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR: CAMINHOS PARA O ENFRENTAMENTO NA SAÚDE PÚBLICA. aúde m edes, 1(2), 21–30. https://doi.org/10.18310/2446-4813.2015v1n2p21-30

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