A desmaternização das gestantes usuárias de drogas: violação de direitos e lacunas do cuidado
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n1suplemp37-49Palavras-chave:
Maternidade, drogas, direitos humanosResumo
O presente artigo tem por objetivo problematizar as condições de gestação de usuárias de drogas em contextos de violência e alta vulnerabilidade social. Como método, utilizamos as narrativas da experiência do Projeto Redes (Fiocruz) na cidade de Porto Alegre. Os resultados apontam para uma série de lacunas no cuidado e proteção dessas mulheres, bem como de violação de seus direitos. Identificamos uma espécie de desmaternização conduzida e protagonizada intersetorialmente como causa e efeito de um modelo homogeneizante e excludente de sociedade. Algumas medidas específicas são recomendadas, tais como o desenvolvimento de programas de educação permanente e de supervisão clínico-institucional com equipes da rede de proteção que acompanham pessoas em extrema exclusão e invisibilidade social; a implementação de protocolos de cuidado entre a rede básica e maternidades e de forma articulada com a rede de assistência social; a criação de fóruns de discussão entre operadores do sistema de justiça e a rede de proteção para a revisão e pactuação de fluxos visando a garantia de direitos e o pleno acesso aos serviços.Referências
Merhy EE. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Hucitec; 2002.
Deleuze G, GUATTARI F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Vol. 03. Rio de Janeiro: Editora 34; 1996.
Brasil. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, e 13 de junho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial; 2002.
Marques TC. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no atendimento às mulheres puérperas usuárias de drogas na perspectiva da convivência familiar [dissertação]. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; 2015.
Brasil. Marco Legal da Primeira Infância. Lei Federal nº 13.257 de 8 de março de 2016.
Almeida DJR, Quadros LT. A pedra que pariu: Narrativas e práticas de aproximação de gestantes em situação de rua e usuárias de crack na cidade do Rio de Janeiro. Pesquisas e Práticas Psicossociais. 2016; 11(1): 225-37.
Milligan K, Niccols A, Sword W, et al. Maternal substance use and integrated treatment programs for women with substance abuse issues and their children: a meta-analysis. Substance Abuse Treatment, Prevention, and Policy. 2010; 5: 21.
Limberger J, Schneider JA, Andretta I. Especificidades do tratamento de mulheres usuárias de crack: interface com direitos humanos. Psicologia em Pesquisa. 2015; 9(2): 139-47.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com os direitos de publicação para o periódico. Este periódico é de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no link a seguir https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR).