Medicamentos genéricos em Portugal: estudo de avaliação do conhecimento e da perceção dos utentes
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2022v8n1p117-129Palabras clave:
Medicamentos genéricos, medicamentos de marca, percepção, pacientesResumen
O início da comercialização de medicamentos genéricos em Portugal ocorreu em 1990 (Decreto-Lei 81/90) e tinha por objetivo reduzir custos, mantendo a eficácia terapêutica. O presente estudo tem por objetivo avaliar o grau de conhecimento e percepção dos portugueses relativamente ao medicamento genérico e sua utilização. Trata-se de um estudo analítico com recolha de dados baseada na aplicação de um questionário aplicado a 300 utentes do SNS residentes nas cinco regiões de Portugal. A informação foi tratada com recurso ao Software: Excel® e SPSS®. Como principais resultados, a grande maioria (95%) dos inquiridos consumiu medicamentos genéricos (MG). No entanto, apenas 45% os define corretamente e os restantes apresentam dúvidas relativas à sua eficácia quando comparada com medicamentos de marca. Quanto à distribuição geográfica os utentes residentes na região Norte e do Alentejo estão mais familiarizados com o conceito e consumo, ao contrário dos utentes residentes na região Centro e no Algarve. Relativamente à prescrição, 52% referem que os seus médicos promovem a prescrição de MG, 35% referem que na farmácia já substituíram medicamentos de marca por genéricos e 22% referem que substituíram um genérico por outro. Quanto ao preço, todos reconhecem que os medicamentos genéricos têm menor custo, sendo para 70% dos inquiridos um importante fator que prevalece no momento da dispensa. Por fim, concluiu.se que a percepção dos utentes e o conhecimento sobre o medicamento genérico é positiva mas ainda restam dúvidas na população quanto à eficácia do mesmo, sendo necessárias mais ações de sensibilização junto da população.Citas
Alfonso-Cristancho R, Andia T, Barbosa T, Watanabe J. Definition and classification of generic drugs across the world. Applied Health Economics and Health Policy. 2015;13(1):5-11.
Shah US. Regulatory strategies and lessons in the development of biosimilars. In: Wang W, Singh M editors. Biological Drug Products: Development and Strategies,. Nova Jersey: John Wiley & Sons; 2014. p. 367-410.
Nardi R, Masina M, Cioni G, Leandri P, Zuccheri P. Genericequivalentdrugs use in internal and general medicine patients: distrust, confusion, lack of certainties or of knowledge? Part 2. Misconceptions, doubts and critical aspects when using generic drugs in the real world. Ital J Med. 2014;8(2):88–98.
Bate R, Jin GZ, Mathur A. Does price reveal poor-quality drugs? Evidence from 17 countries. J Health Econ. 2011;30(6):1150–63.
Nunes A, Ferreira D, Matos A, Julião R. The Portuguese generic medicines market: What’s next?. Health Policy. 2020;124(4):397-403.
Decreto-Lei n.º 81/90. Regula a produção, autorização de introdução no mercado e distribuição de medicamentos genéricos. Diário da República. 1ª série – Nº 59 – 12 de março de 1990.
Decreto-Lei n.º 291/98. Altera o Decreto Lei 72/91, de 8 de Fevereiro, que regula a autorização de introdução no mercado, o fabrico, a comercialização e a comparticipação de medicamentos de uso humano. Diário da República. 1ª série – Nº 215– 17 de setembro de 1998
Portaria nº 137-A/2012. Estabelece o regime jurídico a que obedecem as regras de prescrição de medicamentos, os modelos de receita médica e as condições de dispensa de medicamentos, bem como define as obrigações de informação a prestar aos utentes. Diário da República. 1ª série – Nº 92 – 11 de Maio de 2012.
Portugal. Memorandum of understanding on specific economic policy conditionality. 2011 [consultado 2018 april 20]. Disponível em: http://ec.europa.eu/economy _finance/eu_borrower/mou/2011-05-18-mou portugal_en.pdf.
Lei n.º 11/2012. Estabelece as novas regras de prescrição e dispensa de medicamentos, alterando (sexta alteração) o regime jurídico dos medicamentos de uso humano, aprovado pelo Decreto-Lei 176/2006, de 30 de agosto, e alterando (segunda alteração) a Lei 14/2000, de 8 de agosto, que aprova medidas para a racionalização da política do medicamento no âmbito do Serviço Nacional de Saúde. Diário da República, 1ª série – Nº 49– 08 de março de 2012.
World Health Organization. WHO Colaborating Centre for Pharmaceutical Pricing and Reimbursement Policies. Pharmaceutical policy measures, implemented in response to the recession, in Europe 2012/2013. 2013 [consultado 2018 april 20]. Disponível em: http://haieurope.org/wp-content/uploads/2014/02/Christine_Leopold-Pharmaceutical_policy_measures_implemented_in_response_to_the_recession_in_Europe_2012-2013.pdf
Simoens S. The Portuguese generic medicines market: a policy analysis. Pharm Pract. 2009;7:74-80.
Tsaprantzi A, Kostagiolas P, Charalampos P, Aggelidis V, Niakas D. The Impact of Information on Doctors’ Attitudes Toward Generic Drugs. The Journal of Health Care Organization, Provision, and Financing.2015;53(1):1–8.
Government of UK, Department of Health. The proposals to implement Generic Substitution in primary care, further to the Pharmaceutical Price Regulation Scheme 2009. [consultado 2018 april 21]. Disponível em: http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/+tf_/http://www.dh.gov.uk/en/Consultations/Liveconsultations/DH_110517
Flacco ME, Manzoli L, Boccia S, Puggina A, Rosso A, Marzuillo C, Scaioli G, Gualano MR, Ricciardi W, Villari P, Ioannidis J. Registered Randomized Trials Comparing Generic and Brand-Name Drugs: A Survey. Mayo Clinic Proceedings. 2016; 91(8):1021-1034.
Gagne J, Kesselheim A, Choudhry N, Polinski J, Hutchins D, Matlin O, Brennan T, Avorn J, Shrank W. Comparative effectiveness of generic versus brand-name antiepileptic medications. Epilepsy & Behavior. 2015;52(1):14-18.
Skipper N, Vejlin R. Determinants of generic vs. brand drug choice: Evidence from population-wide Danish data. Social Science & Medicine. 2015; 130(1):204-215.
Corrao G, Soranna D, Arfè A, Casula M, Tragni E, Merlino L, Mancia G, Catapano A. Are generic and brand-name statins clinically equivalent? Evidence from a real data-base. European Journal of Internal Medicine. 2014; 25(8):745-750.
Thomas R, Vitry A. Consumers perception of generic medicines in communitypharmacies in Malaysia. South Med Rev. 2009;2(2):20-3.
Babar Z, Stewart J, Reddy S, Alzaher W, Vareed P, Yacoub N, et al. An evaluation of consumers’ knowledge, perceptions and attitudes regarding generic medicines in Auckland. Pharm World Sci .2010; 32:440-8.
Mattioli F, Siri G, Castelli F, Puntoni M, Zuccoli M, Stimamiglio A et al. Approval rating and opinion of outpatients and general practitioners toward generic drugs: a questionnaire-based real-world study. Patient Preference & Adherence. 2017;11(1):1423-1433.
Himmel W, Simmenroth-Nayda A, Niebling W, Ledig T, Jansen RD, Kochen MM, et al. What do primary care patients think about generic drugs? Int J Clin Pharmacol Ther. 2005; 43:472-9.
Labiris G, Fanariotis M, Kastanioti C, et al. Greek physicians’ perceptions on generic drugs in the era of austerity. Scientifica. 2015;2015:1-9.
García A, Martos F, Leiva F, Sánchez De La Cuesta F. Generic drugs: good or bad? Physician’s knowledge of generic drugs and prescribing habits. Gac Sanit. 2003;17(2):144-9.
Vallès J, Barreiro M, Cereza G, Ferro JJ, Martinez MJ, Cucurrull E, et al. [Acceptance of generic prescribing in general practice: effect of patient education and reference prices]. Gac Sanit. 2002;16(6):505-10.
Vinicius L, Ferreira C, Pereira, R, Kudlawicz-Francoc C, Scalercioa P, Ramiresa Y, et al. Generic drugs in times of economic crisis: Are there changes in consumer purchase intention?Journal of Retailing and Consumer Services.2017;37(1):1–7.
Loyola M. Medicamentos e saúde pública em tempos de AIDS: metamorfoses de uma política dependente. Cien Saude Colet. 2008;13(Supl):763-78.
Moutinho A, Alexandra D, Rodrigues D. DCIsão: Estudo Analítico sobre a Substituição de Prescrições nas Farmácias. Acta Med Port. 2014; 27(1):92-98.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Os direitos autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com os direitos de publicação para o periódico. Este periódico é de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no link a seguir https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR).